IA nos Tribunais: o que o Setor de Seguros precisa saber

Artigo é de Felipe Dutra de Freitas e Jaqueline Wichineski dos Santos
Jaqueline Wichineski dos Santos e Felipe Dutra de Freitas

Com a chegada da inteligência artificial ao Judiciário, o setor de seguros precisa estar mais atento do que nunca ao uso correto de termos técnicos. Um detalhe mal colocado pode decidir o rumo de um processo.

O futuro já chegou

A inteligência artificial já está transformando o dia a dia dos Tribunais de Justiça no Brasil. O projeto Justiça 4.0, liderado pelo CNJ e pela UnB, implementa ferramentas que automatizam tarefas como a verificação de precedentes judiciais. O resultado? Decisões mais rápidas, consistentes e com menos esforço humano.

IA e seguros: um casamento delicado

Nos processos que envolvem contratos de seguro, a atenção precisa ser redobrada. Como a IA faz uma triagem baseada em palavras-chave e padrões, a forma como os advogados escrevem seus pedidos pode influenciar diretamente o destino do processo. Uma expressão usada fora do contexto ou com interpretação ambígua pode impedir o julgamento de um recurso.

Quando a IA entende errado

Imagine que o termo “prêmio” seja confundido com “benefício” por um sistema de IA. Isso pode fazer com que um recurso seja mal classificado e excluído de uma análise importante. O mesmo vale para outros termos técnicos do setor, como “resseguro” ou “retrocessão”. Se a IA não for bem alimentada, ela não entrega bons resultados.

O papel dos especialistas

Para que os algoritmos tomem boas decisões, precisam receber boas informações. Isso começa com petições e recursos bem escritos, com uso preciso dos termos do universo securitário. Os profissionais da área têm a responsabilidade de ensinar a IA como falar a “língua dos seguros”.

A nova Lei de Seguros: oportunidade à vista

Com a nova Lei de Seguros (sancionada em 2024 e com entrada em vigor prevista para dezembro de 2025), o setor ganha um marco legal mais moderno e alinhado com a jurisprudência atual. Essa mudança também pode ajudar a IA a interpretar melhor os casos — mas apenas se os operadores estiverem atualizados e alinhados com os novos padrões.

Conclusão: IA é ferramenta, não solução mágica

A inteligência artificial é uma aliada poderosa, mas não substitui o olhar técnico e atento dos profissionais do Direito e do mercado de seguros. A precisão no uso dos termos e o cuidado na construção das peças processuais farão toda a diferença na era digital do Judiciário.

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Felipe Dutra de Freitas e Jaqueline Wichineski dos Santos

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Bruna Nogueira