Após revolucionar a indústria musical com o Spotify, o empresário sueco Daniel Ek agora se direciona para a área da saúde. Sua startup, a Neko Health, aposta em um novo modelo de check-up, utilizando tecnologia de escaneamento corporal.
Mas será que essa abordagem tem o potencial de mudar o modelo tradicional de exames médicos? Para responder a essa e outras questões, o JRS conversou com Eduardo Della Giustina, CEO da Health ID e membro do conselho da ExperMed, que compartilhou sua visão sobre a inovação no mercado.
Para Della Giustina, a chave para mudar o setor da saúde não está apenas na tecnologia, mas na experiência do usuário.
Na prática, a grande maioria das pessoas só investe o seu tempo no cuidado da saúde quanto tem algum problema ou suspeita de um problema. E a resposta não advém da irresponsabilidade das pessoas, mas sim da falta de acesso e de uma boa experiência do usuário.”, afirma.
Segundo ele, o diferencial da Neko Health não é apenas o escaneamento rápido, mas a forma como a tecnologia reduz etapas e entrega resultados de maneira didática e compreensível para o paciente. No entanto, ele pondera que, apesar da experiência inovadora, ainda há desafios na eficiência dos resultados e no impacto sobre a transformação dos exames médicos convencionais.
A inteligência artificial na análise de dados médicos ainda gera debates sobre confiabilidade e regulamentação. Para o CEO da Health ID, a tecnologia é um aliado para a tomada de decisões, especialmente em diagnósticos complexos.
“Vejo como algo incrível no sentido de suporte para os profissionais de saúde na tomada de decisão, principalmente em diagnósticos mais complexos, onde se faz necessário cruzar dados, estudar casos semelhantes e a literatura médica. A IA certamente influenciará cada vez mais na precisão e velocidade dos diagnósticos. E isso vale ouro, seja para a saúde das pessoas ou para o controle desenfreado do custo saúde no âmbito público e privado”, explica.
Embora a personalização baseada em big data e a vigilância sejam as tendências do futuro da saúde digital, acredita que tudo isso não vale nada se as pessoas não tiverem acesso e educação.
“Certamente vai ajudar, mas o cuidado preventivo depende basicamente de rotinas saudáveis. E melhores hábitos estão atrelados a conhecimento e acesso. Acredito que, mesmo que lentamente, estamos em um processo de transformação. Um exemplo claro de acesso são as redes de academias com preços acessíveis para as classes C e D. Também são exemplos os cartões de descontos e benefícios, telemedicina com preço acessível e clínicas populares. Mas ainda é preciso multiplicar o acesso e conhecimento da população. No fim do dia, a personalização da saúde será apenas a cereja do bolo, e de forma alguma é o elemento que falta para a implementação da medicina preventiva em larga escala”.
Enquanto a expansão da Neko Health para os Estados Unidos depende da aprovação do FDA, no Brasil, a entrada de tecnologias inovadoras no setor de saúde enfrenta barreiras regulatórias significativas.
“Qualquer solução voltada para a saúde precisa ser respaldada por estudos clínicos e científicos. Além disso, o processo de registro junto à ANVISA exige espaço físico adequado, consultores especializados e um longo tempo de trâmite burocrático”, explica Della Giustina.
A necessidade de cumprir requisitos regulatórios, obter licenças e validar cada novo teste clínico são fatores que tornam a introdução de inovações no setor de saúde demorada e custosa. Para startups como a Neko Health, expandir globalmente significa enfrentar múltiplas rodadas de certificações e registros de patentes, o que pode atrasar significativamente a monetização do negócio.
Para Eduardo Della Giustina, estamos vivendo uma revolução na saúde, e iniciativas como a Neko Health e a Health ID podem acelerar essa transformação.
“Tenho a convicção de que estamos passando por uma transformação na saúde e veremos os impactos positivos nos próximos anos. Quanto mais iniciativas como a NEKO Health e a Health ID, maiores serão as chances de reduzir a incidência de Doenças Crônicas, controlar o desperdício de recursos e promover o acesso e conhecimento com equidade. E quanto melhor a experiência do usuário, melhor será o engajamento e o consequente cuidado contínuo da saúde”, conclui.
A expansão do mercado de healthtechs e o progresso das tecnologias de diagnóstico, a saúde tende a se tornar mais digital, acessível e focada no indivíduo. Agora, o desafio é balancear inovação, regulamentação e assegurar que essas soluções realmente proporcionem vantagens tangíveis para a sociedade.
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