Incidentes cibernéticos, como violações de dados e ataques de ransomware, e apagões de TI, como o incidente recente da empresa de segurança digital CrowdStrike, são a maior preocupação para as empresas em todo o mundo em 2025, de acordo com o Allianz Risk Barometer.
Mais uma vez, a interrupção de negócios também é uma das principais preocupações para empresas de todos os portes, ocupando a 2ª posição. Depois de mais um ano intenso de catástrofes naturais em 2024, esse perigo permanece em 3º lugar, enquanto o impacto de um ano de supereleições, o aumento das tensões geopolíticas e o potencial de guerras comerciais significam que as mudanças na legislação e na regulamentação são um dos cinco principais riscos, em 4º lugar.
O maior aumento no Allianz Risk Barometer deste ano, que se baseia nas percepções de mais de 3,7 mil profissionais de gerenciamento de riscos de mais de 100 países, é a mudança climática, que subiu da 7ª para a 5ª posição, alcançando a posição mais alta de todos os tempos em 14 anos de pesquisa.
No Brasil, o cibercrime é a nova preocupação central. Catástrofes naturais (3º lugar) e incêndios (5º lugar) subiram de posição em comparação ao ano anterior, enquanto mudanças no mercado (6º lugar) e apagões elétricos (9º lugar) são novos destaques no top 10 dos principais riscos.
Confira a lista 10 maiores riscos para os negócios no Brasil em 2025:
1. Incidentes cibernéticos: 41% (classificação em 2024: 2ª posição – 31%) ↗
2. Mudanças climáticas: 38% (em 2024: 1ª posição – 35%) ↘
3. Catástrofes naturais: 36% (em 2024: 4ª posição – 28%) ↗
4. Interrupção de negócios: 32% (em 2024: 2ª posição – 31%) ↘
5. Incêndios, explosões: 19% (em 2024: 6ª posição – 18%) ↗
6. Desenvolvimentos de mercado: 12% (novo risco em 2025)
7. Mudanças em legislação e regulamentação: 11% (em 2024: 7ª posição – 16%) →
8. Roubo, fraude, corrupção: 11% (em 2024: 5ª posição – 19%) →
9. Apagões de infraestrutura crítica: 10% (novo risco em 2025)
10. Perda de reputação ou valor de marca: 10% (em 2024: 9ª posição – 12%) →
Para a diretora de subscrição comercial da Allianz, Vanessa Maxwell, “2024 foi um ano extraordinário em termos de gerenciamento de riscos e os resultados do nosso Allianz Risk Barometer refletem a incerteza que muitas empresas em todo o mundo estão enfrentando no momento. O que se destaca este ano é a interconectividade dos principais riscos. Mudanças climáticas, tecnologias emergentes, regulamentações e riscos geopolíticos estão cada vez mais interligados, resultando em uma complexa rede de causa e efeito. As empresas precisam adotar uma abordagem holística para o gerenciamento de riscos e se esforçar consistentemente para aumentar sua resiliência a fim de lidar com esses riscos em rápida evolução.”
Os incidentes cibernéticos (38% das respostas gerais) são classificados como o risco mais importante globalmente pelo quarto ano consecutivo – e com uma margem maior do que em outras edições do levantamento (7% pontos). Esse é o principal perigo em 20 países, incluindo Brasil, Argentina, França, Alemanha, Índia, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos. Mais de 60% dos entrevistados identificaram as violações de dados como a exposição cibernética que as empresas mais temem, seguidas pelos ataques à infraestrutura crítica e aos ativos físicos, com 57%.
“Para muitas empresas, o risco cibernético, exacerbado pelo rápido desenvolvimento da inteligência artificial (IA), é a grande ameaça que se sobrepõe a todas as outras. É provável que continue a ser um dos principais riscos para as organizações no futuro, dada a crescente dependência da tecnologia – o incidente do CrowdStrike no verão de 2024 mais uma vez destacou o quanto todos nós dependemos de sistemas de TI seguros e dependentes”, diz Rishi Baviskar, diretor global de consultoria de risco cibernético da Allianz Commercial.
A interrupção de negócios (BI, business interruption em inglês) ficou em primeiro ou segundo lugar em todos os Termômetros de Risco da Allianz na última década e mantém sua posição em segundo lugar em 2025, com 31% das respostas. Ela é normalmente uma consequência de eventos como desastres naturais, ataques cibernéticos ou apagões, insolvência ou riscos políticos, como conflitos ou distúrbios civis, que podem afetar a capacidade de uma empresa de operar normalmente.
Vários exemplos de 2024 destacam porque as empresas ainda veem o BI como uma grande ameaça ao seu modelo de negócios. Os ataques dos Houthi no Mar Vermelho levaram a interrupções na cadeia de suprimentos devido ao redirecionamento de navios porta-contêineres, enquanto incidentes como o colapso da ponte Francis Scott Key em Baltimore também afetaram diretamente as cadeias de suprimentos globais e locais. As interrupções na cadeia de suprimentos com efeitos globais ocorrem aproximadamente a cada 1,4 ano, e a tendência é aumentar, de acordo com a análise da Circular Republic, em colaboração com a Allianz e outras empresas. Essas interrupções causam grandes prejuízos econômicos, que variam de 5% a 10% dos custos dos produtos e impactos adicionais de tempo de inatividade.
“O impulso para o avanço tecnológico e a eficiência está afetando a resiliência das cadeias de suprimentos. A automação e a digitalização aceleraram significativamente os processos, que às vezes sobrecarregam os indivíduos devido ao ritmo acelerado e à complexidade da tecnologia moderna. No entanto, quando implementadas de forma eficaz, essas tecnologias também podem aumentar a resiliência, fornecendo melhor análise de dados, percepções preditivas e recursos de resposta mais ágeis. É por isso que criar e investir em resiliência está se tornando fundamental para todas as empresas do mundo”, diz Michael Bruch, diretor global de serviços de consultoria de risco da Allianz Commercial.
Estima-se que 2024 tenha sido o ano mais quente já registrado. Foi também um ano de terríveis catástrofes naturais, com furacões e tempestades extremas na América do Norte, enchentes devastadoras, como a do Rio Grande do Sul no Brasil, e na Europa e na Ásia, secas na África e na América do Sul. Depois de cair na classificação durante os anos de pandemia, pois as empresas tiveram que lidar com desafios mais imediatos, a mudança climática subiu duas posições e está entre os cinco principais riscos globais, em 5º lugar em 2025, sua posição mais alta, enquanto o perigo intimamente interligado de catástrofes naturais permanece em 3º lugar, com 29%, embora mais entrevistados também tenham escolhido esse risco como um dos principais ano após ano. Pela quinta vez consecutiva, em 2024, as perdas seguradas ultrapassaram US$ 100 bilhões.
Em todo o mundo, as catástrofes naturais são o risco número um na Áustria, Croácia, Grécia, Hong Kong, Japão, Romênia, Eslovênia, Espanha e Turquia, muitos dos quais viram alguns dos eventos mais significativos de 2024. Na Europa Central e Oriental, bem como na Espanha, as enchentes tiveram um impacto dramático sobre as pessoas e as empresas, enquanto o Japão enfrentou um terremoto na Península de Noto, que resultou em perdas seguradas de US$ 3 bilhões, com perdas econômicas que chegaram a US$ 12 bilhões. No Brasil, em que esse tema está na 3º colocação do relatório, as enchentes do RS de 2024 causaram prejuízos de R$ 3,32 bilhões ao varejo.
Apesar da contínua incerteza geopolítica e econômica no Oriente Médio, na Ucrânia e no Sudeste Asiático, os riscos políticos e a violência caíram uma posição, passando para 9º lugar em relação ao ano anterior, embora com a mesma parcela de entrevistados de 2024 (14%). No entanto, esse é uma ameaça mais preocupante para as grandes empresas, subindo para a 7ª posição, ao mesmo tempo em que é uma nova entrada no top 10 de riscos para empresas menores, na 10ª posição.
O medo das guerras comerciais e do protecionismo está aumentando e a análise da Allianz e de outras empresas mostra que, na última década, as restrições à exportação de matérias-primas essenciais quintuplicaram. As tarifas e o protecionismo podem estar no topo da lista do novo governo dos EUA, mas, por outro lado, há também o risco de um “velho oeste regulatório”, principalmente em relação à IA e às criptomoedas. Enquanto isso, os requisitos de relatórios de sustentabilidade estarão no topo da agenda na Europa em 2025.
“O efeito das novas tarifas será praticamente o mesmo da regulamentação (excessiva): aumento dos custos para todas as empresas afetadas”, diz Ludovic Subran, diretor de investimentos e economista-chefe da Allianz. “Entretanto, nem toda regulamentação é inerentemente ‘ruim’. E, na maioria das vezes, é a implementação de regras que dificulta a vida das empresas. O foco deve ser não apenas o número de regras, mas também uma administração eficiente que facilite ao máximo a conformidade. Uma digitalização completa da administração é urgentemente necessária. No entanto, também em 2025, provavelmente ainda estaremos esperando em vão por uma estratégia digital correspondente. Em vez disso, as guerras comerciais estão chegando. A perspectiva não é animadora.”
Crédito foto:
Crédito texto:
Publicado por:
Desde 1999, nos dedicamos a disseminar informação segura, inteligente e de alta qualidade para o mercado de seguros. Nossa missão é ser a voz e a imagem de um setor essencial, que desempenha um papel crucial na proteção e no planejamento das vidas das pessoas.
Com compromisso e credibilidade, trabalhamos para conectar profissionais, empresas e consumidores, promovendo uma compreensão mais ampla e acessível sobre a importância dos seguros. Nosso objetivo é não apenas informar, mas também inspirar e fortalecer a confiança em um mercado que impacta diretamente a segurança e o bem-estar da sociedade.
JRS.Digital
CNPJ – 41769103000106
Endereço:
Av. Diário de Notícias, 200 – 1.406
Cristal, Porto Alegre (RS)
CEP: 90810-080
Telefone:
(51) 98140-0475 | (51) 99314-9970
Conteúdo e pauta:
redacao@jrscomunicacao.com.br
Comercial:
julia@jrscomunicacao.com.br
Desenvolvido por B36 Marketing | Todos os Direitos reservados JRS.DIGITAL