A Casa do Seguro recebeu, na tarde desta terça-feira (11), em Belém (PA), durante a COP30, o Fórum Clima, Vida e Longevidade, promovido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi).
O encontro reuniu especialistas nacionais e internacionais para discutir como novas abordagens e instrumentos financeiros podem transformar os desafios da longevidade e das mudanças climáticas em oportunidades para o desenvolvimento sustentável do país.
Sustentabilidade, proteção e pragmatismo
Na abertura, o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, destacou o ineditismo da conexão entre longevidade e clima, além do papel do setor de seguros em oferecer respostas concretas à sociedade.
“O tema da longevidade é altamente impactado pelas mudanças climáticas, e a própria COP ainda não trata isso adequadamente. Trazer essa discussão é uma maneira de ajudar a sorte. A nossa e a do planeta”, afirmou.
Dyogo ressaltou que a Casa do Seguro busca “falar para fora da bolha” do setor, levando ao público e a outros segmentos produtivos as soluções e os desafios das seguradoras na transição para uma economia sustentável.
Na sequência, Edson Franco, presidente da FenaPrevi, reforçou a necessidade de integrar as dimensões ambiental, social e econômica.
“Esta é a COP da implementação. A política fiscal terá que equilibrar o envelhecimento humano e o envelhecimento ambiental do planeta. Os custos da inação podem ser impagáveis”, alertou.
Transição climática e envelhecimento populacional: os desafios para o futuro
Em seguida, o cientista e professor da USP Paulo Artaxo, membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), apresentou um panorama contundente das transformações ambientais em curso e seus impactos diretos sobre a saúde e a longevidade.
Segundo ele, as mudanças climáticas já representam a maior ameaça à saúde pública deste século, com efeitos crescentes sobre doenças cardiovasculares, respiratórias e infecciosas.
“O envelhecimento da população torna ainda mais difícil a adaptação ao novo clima. E quanto mais cedo o fizermos, menor será o prejuízo para a sociedade”, observou.
Artaxo destacou que o Brasil, por sua localização tropical, é um dos países mais vulneráveis ao aquecimento global. “Quatro graus a mais aqui em Belém têm impacto muito maior do que quatro graus em Estocolmo ou Montreal. É melhor cuidarmos do clima, porque o troco virá mais forte para nós.”
Transição justa e novos modelos de proteção
No principal painel da tarde, intitulado “Seguros, mudanças climáticas e longevidade”, o diretor da OIT, Vinícius Pinheiro, destacou que as mudanças climáticas, tecnológicas e demográficas estão alterando profundamente o mundo do trabalho.
“A transição justa coloca as pessoas no centro. O clima já mudou e isso exige uma reformulação dos modelos de seguro e de proteção social”, disse Pinheiro.
Seguro de pessoas como alavanca econômica e social
Para o vice-presidente da Prudential, Antônio Rezende, o setor de seguros é uma das principais ferramentas de resiliência da sociedade diante das novas vulnerabilidades climáticas. “O seguro é uma das grandes alavancas econômicas do PIB. Ele transforma riscos em proteção financeira e reduz a dependência dos recursos públicos.”
Previdência privada e o financiamento da transição
O diretor da Bradesco Vida e Previdência, Estevão Scripilliti, defendeu o papel estratégico da previdência privada na poupança de longo prazo e nos investimentos sustentáveis: “A previdência privada é parte da solução. Podemos direcionar recursos para financiar a transição climática e garantir o futuro das próximas gerações.”
Experiências internacionais e inovação
O diretor do Impact Center for Climate Change da Fidelidade, Rui Esteves, apresentou as iniciativas do centro de conhecimento e investigação da seguradora portuguesa, que integra sustentabilidade e longevidade em programas de prevenção e bem-estar. “Estamos desenvolvendo soluções que unem dados de saúde, estilo de vida e tecnologia para promover uma vida mais longa e saudável.”
O pacto intergeracional em crise
Com seu estilo contundente, Nilton Molina, de 90 anos, abordou o envelhecimento da população como um desafio sem precedentes. “O Brasil envelheceu antes de ficar rico. Quebramos o pacto intergeracional. Quem vai pagar essa conta? Precisamos dizer a verdade: a sociedade não terá dinheiro para sustentar grandes programas sociais. É hora de criar um novo sistema e incentivar a poupança individual.”
O setor de seguros como protagonista da transformação
Encerrando o encontro, Edson Franco reafirmou a importância de o setor de seguros e previdência assumirem papel de liderança na transição para uma economia mais resiliente e sustentável.
“O setor precisa falar mais alto e mostrar que é parte da solução, seja na mitigação dos riscos climáticos, seja na construção da segurança financeira de longo prazo.”
O Fórum Clima, Vida e Longevidade marcou um ponto de convergência entre as agendas do clima e da longevidade, destacando o potencial do seguro e da previdência como instrumentos de transformação social e ambiental para um futuro mais equilibrado.
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