O Brasil registrou R$ 184 bilhões de prejuízos entre 2022 e 2024 devido a desastres climáticos em 67 eventos climáticos significativos, e apenas 9% desses prejuízos estiveram protegidos por apólices de seguro. Outro dado importante: no primeiro semestre deste ano, outros 10 eventos provocaram R$ 31 bilhões em prejuízos para o País. Esses dados fazem parte do Radar de Eventos Climáticos e de Seguros no Brasil, estudo inédito lançado pela Confederação Nacional das Seguradoras em parceria com a Ernst & Young (EY), que consolida os impactos econômicos e sociais dos desastres naturais e o papel do setor segurador na resposta a esses eventos.
Embora chuvas extremas e inundações sejam os episódios mais frequentes, as secas são as que geram os maiores danos financeiros, por atingirem vastas áreas e de forma prolongada.

O estudo também expõe desigualdades regionais profundas na capacidade de enfrentamento. Enquanto o Sul concentrou as maiores perdas econômicas, o Norte e o Nordeste apresentaram os menores níveis de proteção, com menos de 2% das perdas seguradas.
O caso mais emblemático ocorreu em 2024, no Rio Grande do Sul, quando o país registrou o desastre climático mais severo de sua história: 2,4 milhões de pessoas afetadas, 182 mortes e R$ 35,6 bilhões em perdas diretas.

Apesar do cenário desafiador, o setor segurador brasileiro ampliou sua atuação apesar da enorme lacuna de proteção securitária. Em 2024, foram pagos R$ 7,3 bilhões em indenizações relacionadas a eventos climáticos, sobretudo nos ramos Patrimonial (58%), Automóvel (19%), Rural (15%) e Habitacional (6%). A experiência internacional mostra que países com maior participação de seguros se recuperam mais rapidamente de catástrofes e reduzem a pressão sobre gastos públicos emergenciais.
O Radar integra o primeiro módulo do Hub de Inteligência Climática da CNseg e detalha quanto cada evento provocou em indenizações nos ramos de danos, vida e previdência entre 2022 e junho de 2025.
Segundo o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, a ferramenta vai fornecer dados relevantes que permitirão ampliar o diálogo técnico entre o setor segurador e outros setores importantes da economia.
“A partir do Radar, é possível ter um mapa que efetivamente vai dizer, em cada evento climático, quanto isso custou em indenização paga pelo setor de seguros, sendo possível calcular qual é o gap de proteção e o impacto direto na economia, permitindo propor políticas públicas, parcerias com outras instituições, sejam elas públicas ou privadas, e subsidiar a interlocução de alto nível com o governo.”
A publicação será atualizada anualmente, criando uma série histórica nacional comparável aos relatórios internacionais da Swiss Re e da Howden, e ampliará a capacidade do Brasil de monitorar riscos e planejar políticas de adaptação.
Novos módulos do Hub fortalecem agenda climática do setor
O Radar integra o HUB de Dados Climáticos, uma plataforma que a CNseg lança também na COP30 com as duas primeiras ferramentas.
• Solução Riscos Climáticos para Inundação
Baseada em modelagem probabilística, permitirá identificar o risco climático de um endereço, coordenada ou polígono. O módulo começa com risco de inundação e será ampliado para outros eventos, como secas extremas.
• Solução Conformidade Socioambiental para o Seguro Rural
A ferramenta atende a Resolução CNSP 485 e apoiará as seguradoras na avaliação da conformidade socioambiental de propriedades rurais, cruzando bases públicas como CAR, listas de trabalho escravo, áreas indígenas, quilombolas, embargadas, unidades de conservação e dados de desmatamento.
Hub de Inteligência Climática da CNseg
Para Claudia Prates, diretora de Sustentabilidade da CNseg, o Hub simboliza um avanço estrutural na atuação climática do setor. “O Hub é uma das principais entregas da CNseg neste ano e constitui o núcleo estruturante da agenda climática do setor de seguros no Brasil. Seu propósito é reunir, sistematizar e produzir dados climáticos e socioambientais para apoiar as seguradoras na precificação de riscos, fortalecer a resiliência econômica e social diante das mudanças climáticas e reduzir o gap de proteção securitária do país.”
Dyogo Oliveira ressalta que o Brasil ainda precisa avançar mais na cultura de prevenção contra riscos catastróficos porque, historicamente, sempre esteve pouco exposto a eventos climáticos extremos. No entanto, diz ele, com o aumento da frequência e intensidade das secas e inundações provocadas pelas mudanças climáticas, a realidade agora é outra. “O Hub busca dar ao setor a capacidade de agir preventivamente e criar produtos inovadores baseados em dados e evidências”, concluiu.
Crédito foto:
Crédito texto:
Publicado por:
Desde 1999, nos dedicamos a disseminar informação segura, inteligente e de alta qualidade para o mercado de seguros. Nossa missão é ser a voz e a imagem de um setor essencial, que desempenha um papel crucial na proteção e no planejamento das vidas das pessoas.
Com compromisso e credibilidade, trabalhamos para conectar profissionais, empresas e consumidores, promovendo uma compreensão mais ampla e acessível sobre a importância dos seguros. Nosso objetivo é não apenas informar, mas também inspirar e fortalecer a confiança em um mercado que impacta diretamente a segurança e o bem-estar da sociedade.
JRS.Digital
CNPJ – 41769103000106
Endereço:
Av. Diário de Notícias, 200 – 1.406
Cristal, Porto Alegre (RS)
CEP: 90810-080
Telefone:
(51) 98140-0475 | (51) 99314-9970
Conteúdo e pauta:
redacao@jrscomunicacao.com.br
Comercial:
julia@jrscomunicacao.com.br
Desenvolvido por B36 Marketing | Todos os Direitos reservados JRS.DIGITAL