Confira os seguros que são tendência para 2025

Tecnologia e sustentabilidade impulsionam o mercado segurador
Charles Poltronieri

O setor de seguros no Brasil procura se ajustar às projeções que apontam para um cenário de inovações tecnológicas, mudanças no clima e variações demográficas. Para Charles Poltronieri, fundador e consultor da Infocap TI, conselheiro e professor da Escola Nacional de Seguros (ENS), o impacto da tecnologia será o grande motor de mudanças. O especialista destaca que a união entre inteligência artificial (IA) e big data tem esse poder. 

Segundo Poltronieri, a combinação permite a criação de produtos mais alinhados às necessidades individuais, análises de risco mais precisas e interações entre seguradoras, corretores e clientes muito mais ágeis e eficientes.  “A IA já está sendo amplamente utilizada, muitas vezes de forma imperceptível, para criar produtos adaptados às necessidades dos consumidores. Para os corretores, ferramentas como sistemas de gestão e multicálculo possibilitam analisar os perfis dos clientes com mais profundidade, gerando estratégias de vendas mais eficazes.” Esses avanços também têm otimizado o atendimento ao consumidor. “O cliente se beneficia com maior agilidade em todas as etapas, desde a aquisição de uma apólice até a resolução de sinistros.”

O especialista ressalta que fatores globais estão moldando o mercado securitário. O primeiro é o aumento da longevidade, um fenômeno que desafia o setor a criar soluções inovadoras e sustentáveis para apólices de vida e previdência, garantindo proteção financeira em um cenário de envelhecimento crescente. “Nos últimos cinco anos, o seguro de Previdência Privada aberta acumulou um crescimento de 80%. Esse dado reflete a crescente percepção das pessoas de que viverão mais e, por isso, precisam formar um colchão financeiro para garantir segurança no futuro. Com o envelhecimento da população e a necessidade de planejamento de longo prazo, esse segmento continuará sendo uma prioridade.”

Outro aspecto a ser considerado são as mudanças climáticas, que apresentam desafios para o setor de seguros. Com a intensificação de tempestades, inundações e incêndios, buscam-se soluções para minimizar riscos e prejuízos.

Segundo Charles, o mercado segurador precisará ser ágil e inovador para oferecer soluções que respondam aos desafios climáticos, como:

Seguros contra eventos climáticos extremos: coberturas voltadas para danos causados por inundações, secas, tempestades e outros eventos intensificados pelas mudanças climáticas. Esses produtos se tornarão cada vez mais essenciais, considerando a frequência crescente de desastres naturais.

Seguros para energias renováveis: proteção para projetos de energia solar, eólica e outras fontes limpas, que estão em expansão em todo o mundo. A segurança financeira para empreendedores desse setor é um passo crucial para acelerar a transição energética.

Seguros de responsabilidade ambiental: cobertura para empresas que, mesmo de forma não intencional, causam danos ao meio ambiente. Com a crescente regulamentação ambiental, esse tipo de seguro será um aliado indispensável para garantir conformidade e proteção financeira.

Seguros para captura e armazenamento de carbono: produtos que apoiam projetos destinados a reduzir a emissão de gases de efeito estufa, incentivando empresas e organizações a investir em iniciativas sustentáveis.

Além disso, ganharão destaque neste ano, o de Riscos Cibernéticos e o de Vida e Previdência. “Os seguros Cyber cresceram impressionantes 880% nos últimos cinco anos. Apesar de ainda representarem uma pequena fatia do mercado, esse segmento tem enorme potencial de expansão, especialmente se as seguradoras ajustarem suas coberturas e investirem na conscientização de corretores e clientes.”

A personalização de produtos tem sido uma tendência crescente. Charles aponta que estamos vendo o surgimento de novos produtos e coberturas, impulsionados por iniciativas como o Sandbox regulatório da SUSEP. Essas inovações trazem ideias e propostas diferenciadas para os clientes, e essa diversidade de opções tende a se expandir ainda mais. 

Em suas considerações finais, Poltronieri reafirma a importância da inovação. “As empresas que investirem em tecnologia, personalização e soluções sustentáveis estarão melhor posicionadas para atender às demandas dos clientes e enfrentar os desafios do futuro.”

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Freepik

Crédito texto:

Fernanda Torres

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Bruna Nogueira