O CVG RS realizou, na manhã desta quarta-feira (23), mais uma edição do Café Itinerante, desta vez na sede da CIC Caxias do Sul, reunindo corretores, seguradoras e especialistas para um debate relevante sobre as oportunidades e os desafios do seguro de pessoas e previdência no cenário atual. O encontro reforça o propósito da entidade de fomentar a cultura da proteção financeira no Rio Grande do Sul, aproximando o tema das diversas regiões do estado.

Na abertura do evento, o presidente do CVG RS, Jean Figueiró, destacou a importância de desmistificar o setor. “Hoje em dia nem falamos mais em seguro de vida, falamos em proteção financeira para as famílias. O brasileiro ainda desconhece esse tipo de proteção não apenas por falta de cultura, mas pela ausência de oferta adequada”, pontuou. Figueiró também agradeceu o apoio da Icatu Seguros, representada pelo diretor Leonardo Neustadt, e reforçou o calendário de ações da entidade, incluindo a tradicional Feijoada da Família, marcada para 24 de maio, e o Congresso do CVG RS, que acontece em 26 de junho, no aniversário da instituição, com os comunicadores Alice Bastos Neves e Luciano Potter já confirmados como palestrantes.

Um mercado em transformação e cheio de oportunidades

Primeiro palestrante do evento, Leonardo Neustadt, diretor da Icatu e conselheiro do CVG RS, apresentou dados e tendências que desenham um cenário desafiador, mas também repleto de oportunidades para o setor. “Estar presente em cidades como Caxias do Sul é valorizar o trabalho bem feito que é feito aqui”, afirmou.

Neustadt chamou atenção para o fato de que 73% dos brasileiros não possuem nenhuma reserva financeira, enquanto o interesse em seguros pessoais e previdência chegou a 65% em 2024. No entanto, apenas 17% da população possui algum tipo de seguro de vida — a maioria deles na modalidade coletiva, oferecida por empresas. “Estamos vivendo uma transição demográfica importante: em 2060, o Brasil terá mais idosos do que jovens, o que vai impactar profundamente o mercado de consumo e o sistema previdenciário”, destacou.

Para o executivo, cabe ao corretor de seguros estudar esses dados e utilizá-los na conscientização dos clientes sobre a importância da proteção financeira. “A inovação nem sempre precisa ser disruptiva, ela pode estar em uma simples atitude, na forma de se comunicar e de levar esse tema para as pessoas”, ressaltou. Leonardo também apresentou a AVI, Assistente Virtual da Icatu, que apoia os corretores na gestão de propostas e na construção de argumentos de sensibilização para os clientes.

Abordagem humanizada e perguntas certas como chave para o sucesso

Diretamente de Recife, Zé Alfaiate do Seguro, segundo palestrante do evento, trouxe uma visão prática e provocadora sobre como o corretor pode construir uma carteira recorrente no seguro de vida. Com 17 anos de experiência no setor, Zé é especialista em seguro de pessoas, previdência privada e fundador da Alfaiate do Seguro Consultoria, empresa focada em treinamento de times comerciais de seguradoras e corretoras.

“Foi-se o tempo em que tínhamos que pensar fora da caixa. Agora, precisamos trabalhar fora da caixa”, provocou. Defensor de uma abordagem mais humanizada e menos automatizada, Zé destacou a importância de realizar perguntas abertas, que levem o cliente a refletir sobre suas reais necessidades de proteção. “Quem lhe ajudaria caso você ficasse mais de um ano sem renda? Por que o seguro de vida ainda não fez sentido para você até hoje?”, exemplificou.

Segundo ele, o papel do corretor é ter sensibilidade e habilidade para apontar o que o cliente realmente precisa. “A construção de uma carteira sólida e recorrente no seguro de vida passa por entender o outro, estabelecer conexões genuínas e ir além do discurso tradicional”, completou.

O evento encerrou com espaço para networking e troca de experiências entre os participantes, reforçando o compromisso do CVG RS em fortalecer o mercado de seguros de pessoas e benefícios no estado.