A 4ª Maratona da Inovação em Seguros destacou os desafios e oportunidades do setor em um cenário de rápidas transformações tecnológicas. Sob o tema “Seguros em Evolução: Inteligência e Adaptabilidade como Estratégias para o Sucesso”, o evento reuniu líderes e especialistas para discutir tendências como inteligência artificial, big data e novas tecnologias aplicadas ao mercado segurador.

Liderança e Inovação em Foco

O painel contou com Guilherme Bini, presidente do Sindseg RS (Sindicato das Seguradoras do Rio Grande do Sul) e João Amato, presidente do Sindseg SC (Sindicato das Seguradoras de Santa Catarina) abordando o tema: “Liderança e Inovação: Como Preparar as Seguradoras para o Futuro?”.

Bini destacou a relevância do Rio Grande do Sul no cenário nacional de seguros, ressaltando a contribuição expressiva do estado. “Representamos 7% da produção nacional. Até agosto deste ano, arrecadamos mais de R$ 20 bilhões, com um crescimento de 3,2% no acumulado de 12 meses”, afirmou.

Ele também pontuou que o estado lidera no índice de penetração do Seguro Residencial, com 34,7% das residências protegidas, um reflexo da crescente conscientização sobre a importância da proteção patrimonial. Os números mostram um setor em ascensão no Rio Grande do Sul. No segmento de Massificados, o crescimento acumulado em 12 meses foi notável:

• Seguro Residencial: +21,9%
• Seguro Empresarial: +19,8%
• Seguro de Condomínio: +28,4%

Já a carteira de automóveis, que responde por 13,2% do market share, apresentou um crescimento de 0,3% no período.

Catástrofes e a Necessidade de Adaptação

Bini destacou os impactos crescentes das mudanças climáticas no setor de seguros, citando as enchentes de maio no Rio Grande do Sul e comparando-as com um evento semelhante na Espanha. “Na Espanha, o volume de chuva registrado em dois dias foi equivalente a um mês inteiro no Rio Grande do Sul. Lá, mais de 240 pessoas perderam a vida, e houve um volume expressivo de indenizações”, relatou.

O executivo enfatizou a importância de criar soluções específicas para lidar com desastres naturais e outras emergências, sugerindo a necessidade de um marco regulatório para o setor. “Precisamos de um projeto de lei para criar seguros específicos para desastres. Essa tendência já é visível no mercado, e a pandemia mostrou que podemos ser mais ágeis. Hoje, conseguimos emitir sinistros em até 48 horas, algo que antes parecia impossível”, afirmou.

História e Parcerias

Durante a 4ª Maratona da Inovação em Seguros, Amato destacou a comemoração dos 100 anos do Sindseg SC e Sindseg PR/MS, celebrados em 28 de agosto. Ele lembrou que ambos os sindicatos foram criados juntos pelo comitê misto em 1924, no Paraná. Além disso, ressaltou que o Sindseg SC mantém parcerias estratégicas com entidades como o Sincors, o Clube da Pedrinha, o Clube da Bolinha e o CVGS, fortalecendo a atuação e a integração no mercado segurador.

Amato também enfatizou que o trabalho no Sindseg é totalmente voluntário, conduzido por profissionais e executivos do setor de seguros que representam as 17 seguradoras associadas em Santa Catarina. O presidente destacou a missão da entidade de promover a cultura do seguro, reforçando sua importância para proteção patrimonial e planejamento financeiro. “Nosso papel é enaltecer o valor do seguro e disseminar sua relevância para a sociedade”, afirmou o presidente.

Outro ponto destacado por Amato foi o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS), uma iniciativa conjunta entre a FENACOR e o Semsec, que visa ampliar o impacto do setor no Produto Interno Bruto (PIB). “Temos no mercado hoje um time dedicado a essa visão, que nos faz acreditar no PDMS como uma estratégia sólida para levar o setor a um patamar ainda mais significativo na economia brasileira”, explicou.

Amato concluiu destacando a dimensão colaborativa do trabalho realizado pelo Sindseg SC. “É gratificante representar nossas seguradoras, mas, mais do que isso, estamos falando do mercado como um todo. Essa é a nossa missão enquanto entidades de classe: fomentar o crescimento, a inovação e a confiança no setor de seguros”, finaliza.

A Maratona reforçou que inovação e resiliência são pilares fundamentais para enfrentar os desafios de um futuro cada vez mais dinâmico e exigente.