Evento Improve 2025 da Zurich Seguros discute resiliência climática e papel do mercado de seguros

Improve 2025

Na quinta-feira, 3 de abril, o Palácio Tangará, em São Paulo (SP), foi palco do evento “Improve 2025”, promovido pela Zurich Seguros. O encontro reuniu representantes do governo, especialistas renomados em mudanças climáticas, líderes do mercado segurador e executivos da Zurich do Brasil e do exterior para debater estratégias e soluções para enfrentar os impactos das mudanças climáticas no Brasil.

Com o tema “Unindo Forças: O Papel do Mercado de Seguros em colaboração com a Ciência, Setor Público e Empresas para Promover a Resiliência Climática”, o evento teve como objetivo promover discussões sobre como o setor de seguros pode atuar junto ao setor público e à ciência para mitigar riscos climáticos e fortalecer a resiliência de comunidades e negócios.

A abertura foi conduzida por Edson Franco, CEO da Zurich Brasil, e Laurence Maurice, CEO da Zurich Latam. Franco destacou que esta é a primeira edição do evento após a pandemia e que o retorno ao Palácio Tangará tem um significado especial.

“Esse é o primeiro evento que realizamos após a pandemia, e estamos muito felizes por estarmos aqui, neste local que tem tudo a ver com o tema”, afirmou.

Laurence Maurice ressaltou que as mudanças climáticas representam um dos maiores desafios globais, afetando economias, ecossistemas e comunidades. “As mudanças climáticas estão entre as três maiores ameaças ao nosso planeta. Isso coloca desafios não apenas nas economias, mas também em nossos ecossistemas e, principalmente, coloca em risco nossas comunidades”, destacou.

Ela também reforçou o compromisso da Zurich com a sustentabilidade: “A Zurich tem a sustentabilidade como prioridade estratégica e a ambição de ser uma das companhias mais responsáveis do mundo. Temos a responsabilidade de criar um mundo melhor para nossos parceiros, funcionários e clientes”.

Ciência e resiliência climática

O coordenador-geral do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Lincoln Muniz Alves, enfatizou o impacto das atividades humanas no agravamento das mudanças climáticas: “É indiscutível que as atividades humanas estão causando mudanças climáticas, tornando eventos extremos, como ondas de calor, chuvas fortes e secas, mais frequentes e severos”.

Alves destacou que as alterações climáticas já afetam todas as regiões do Brasil: “Até pouco tempo atrás, quando falávamos de seca, nos referíamos ao semiárido nordestino. Hoje, praticamente todas as regiões do país estão impactadas”.

Ele também chamou a atenção para a falta de políticas locais: “Apenas 7% dos municípios brasileiros possuem políticas voltadas para enfrentar as mudanças climáticas. Precisamos traduzir o conhecimento científico em ações práticas e acessíveis”.

Desafios e oportunidades

Penny Seach, Global CUO Commercial Insurance da Zurich Insurance, falou sobre as iniciativas globais da Zurich para fortalecer a resiliência climática: “Estamos desenvolvendo tecnologias inovadoras e serviços personalizados para ajudar nossos clientes a enfrentar os desafios climáticos”.

Durante o debate, o CEO da Way Carbon, Felipe Bittencourt, alertou sobre a urgência de ações: “Estamos em uma década crítica. Continuamos aumentando a emissão de carbono, e os eventos climáticos extremos tendem a se tornar mais frequentes. O prejuízo financeiro global já ultrapassa os 400 bilhões de dólares”.

Daniel Godinho, diretor da WEG S/A, destacou a importância de soluções sustentáveis: “O mundo precisa basicamente de quatro frentes para a descarbonização: eficiência energética, eficiência operacional, energias renováveis e mobilidade elétrica. Acreditamos na resiliência climática e no crescimento contínuo, mantendo a simplicidade”.

O papel estratégico do setor público

O representante do Ministério do Meio Ambiente, Aloísio Melo, abordou as políticas públicas e os compromissos brasileiros com a neutralização das emissões: “A nova NDC do Brasil para 2035 busca neutralizar os Gases de Efeito Estufa até a data. Estamos traçando um roteiro para um futuro de baixo carbono, com justiça climática e desenvolvimento sustentável”.

Mercado de seguros e resiliência

Edson Franco ressaltou o papel das seguradoras no enfrentamento das mudanças climáticas: “Cinco dos dez maiores riscos a longo prazo são representados por riscos climáticos. O Zurich Brasil Solutions é um produto essencial para ajudar nossos clientes a desenvolver estratégias de resiliência”.

Júlia Normande Lins, diretora da Susep, destacou o protagonismo do setor segurador na temática climática: “O setor segurador atua em três eixos: garantia do risco, prevenção junto aos segurados e inovação de produtos para se adaptar às novas demandas do mercado”.

O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, fez um alerta sobre a preparação do mercado para os riscos climáticos: “O maior problema que vejo no seguro hoje é começarmos a ter ‘desertos de seguros’, onde o risco se torna tão grande que é inviável. Precisamos entender cada vez mais o risco climático para construir produtos adequados”.

Claudia Prates, chefe do Departamento de Transição Climática do BNDES, também apontou a relevância da gestão de risco: “O BNDES tem uma carteira grande de infraestrutura, e o clima é um risco que precisamos conhecer e gerenciar”.

Rafaela Barreda, vice-presidente da Fenaber, complementou: “O resseguro funciona para reduzir a exposição das seguradoras e garantir a robustez financeira diante das mudanças climáticas que têm atingido o mundo inteiro”.

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Bruna Nogueira