Na manhã desta sexta-feira (21), em Porto Alegre, o Brasesul reuniu lideranças do setor para discutir os desafios e oportunidades do mercado segurador. O evento contou com a participação de representantes do Sincor-RS, Sincor-SC e Sincor-PR, além do economista Maurício Tadeu, que apresentou os resultados da Pesquisa Brasesul 2025—um levantamento detalhado sobre o perfil e as necessidades dos profissionais da região.

A pesquisa, elaborada com a participação de especialistas do setor nos três estados, trouxe uma análise das dificuldades enfrentadas pela categoria, suas expectativas e contribuições para o setor. Segundo André Thozeski, um dos organizadores do evento, o levantamento tem um papel fundamental para o planejamento estratégico das seguradoras e corretoras. “O Brasesul sempre deixa um grande legado. Nesta edição, realizamos uma pesquisa ampla para entender quais são as maiores dificuldades e contribuições desses profissionais”, destacou.

Maurício Tadeu explicou a metodologia utilizada no estudo, que envolveu uma pesquisa eletrônica inicial, validação de respostas e três encontros presenciais em Curitiba, Blumenau e Porto Alegre. “Nosso objetivo foi criar uma escala de percepção científica para entender a relação entre seguradoras e intermediários do setor, analisando também aspectos socioeconômicos e de gestão”, pontuou. O levantamento revelou que a maioria dos especialistas da região possui mais de 20 anos de experiência, tem ensino superior completo e está cada vez mais integrada a novas tecnologias e tendências do setor.

Fortalecendo a relação entre seguradoras e especialistas do setor

O debate contou com a participação de executivos de grandes seguradoras, que reforçaram a importância da atuação desses especialistas na construção do mercado segurador. Para Eduardo Dal Ri, CEO da HDI, os profissionais de seguros já desempenham um papel essencial no desenvolvimento de produtos, mas ainda há espaço para maior protagonismo. “Toda seguradora tem programas de escuta aos seus parceiros, seja formal ou informalmente. Reunimos nossos assessores de seguros para ouvir suas demandas e adaptar nossos produtos. Quando conseguimos colocar essas sugestões em prática e vemos os resultados acontecendo, isso é extremamente gratificante”, afirmou.

A necessidade de fortalecer a integração entre seguradoras e seus intermediários foi um dos temas centrais do painel. Wilson Pereira, presidente do Sincor-PR, destacou que essa conexão é essencial para o crescimento sustentável do setor. “Nosso objetivo é fortalecer a relação entre os profissionais e as seguradoras para que possamos oferecer as melhores soluções aos consumidores. Juntos, podemos superar qualquer desafio”, afirmou.

Paulo Kakinoff, CEO da Porto, apresentou uma perspectiva sobre o diálogo entre companhias, profissionais e clientes. “A informação, quando mal transmitida, pode gerar frustração. Nosso desafio é construir um processo de comunicação mais eficiente e bilateral, garantindo que assessores de seguros e seguradoras estejam alinhados na entrega do melhor serviço para os segurados”, pontuou.

Especialização técnica e atendimento humano

A importância da interação humana no mercado de seguros foi um dos destaques do debate. Marcelo Goldman, diretor executivo de produtos da Tokio Marine, ressaltou que, apesar dos avanços tecnológicos, o setor deve continuar investindo em atendimento presencial. “O atendimento comercial é sempre fundamental, então eu não vejo, por exemplo, que seja uma boa iniciativa você diminuir o número de sucursais, de filiais. Eu acho que a gente tem que ter gente na ponta para aprender com os profissionais de seguros”, afirmou.

Ele também destacou a estratégia adotada por algumas seguradoras, como a criação de grupos de especialistas por segmento, garantindo um atendimento mais técnico e personalizado. “Temos especialistas em vida, transporte, garantia e outros ramos espalhados pelo Brasil. Esse suporte técnico fortalece a atuação dos intermediários e melhora a experiência do cliente final”, explicou.

Desenvolvimento e impacto social

Ivan Gontijo destacou que a área precisa ser vista não apenas como um negócio, mas como uma ferramenta de proteção à sociedade. “Devemos nos posicionar cada vez mais como um setor que protege e gera segurança para as pessoas. A participação ativa dos especialistas e sua integração com fóruns a exemplo deste são fundamentais para fortalecer esse propósito”, concluiu.

Com um olhar voltado para o futuro, os participantes do painel reforçaram que a qualificação, inovação e proximidade são os pilares na evolução do mercado de seguros.