Pré-COP Brasil: CNseg integra debates sobre inclusão do seguro para redução de riscos em cidades

Evento fez parte da última rodada de negociação antes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).
Representantes da UNDRR, BNDES e CNseg debatem sobre resiliência climática em Brasília.

 

O debate sobre como o setor de seguros tem sido diretamente impactado pelos efeitos das mudanças climáticas foi destaque durante o Seminário ‘Resiliência Climática e Redução de Riscos em Cidades Costeiras’, realizado no âmbito da Pré-COP, em Brasília (DF), nesta terça-feira (14). O evento fez parte da última rodada de negociação antes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), a ser realizada no próximo mês, em Belém (PA).

Eventos extremos como tempestades, inundações e secas severas estão se tornando mais frequentes e intensos, exigindo novas metodologias de análise, precificação e gestão de riscos. Diante desta realidade, o seguro é uma ferramenta fundamental e desempenha um papel central na construção da resiliência climática, pensando não apenas em proteção, mas também na indução de práticas sustentáveis e na viabilização de investimentos para a transição.

O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, destacou, durante o encontro, o papel do setor segurador no apoio a cidades e estados em casos de catástrofes climáticas. Ele ressaltou que, ao assumir os riscos aos quais organizações e pessoas estão expostas, o seguro evita que perdas decorrentes de eventos adversos se transformem em crises econômicas prolongadas.

O orçamento público não está desenhado, nem adaptado para lidar com surpresas. Então, além de o Estado não ter capacidade de absorver esses impactos extemporâneos, o custo disso para países como os nossos é absurdamente elevado. Portanto, é financeira e racionalmente, muito mais inteligente e muito mais lucrativo para o Estado e para a Nação contratar uma apólice de seguro que vai recompor isso. A seguradora não traz só o seguro e a indenização, ela traz junto todo um outro pacote que auxilia os estados, os municípios desses países a desenvolverem as suas políticas”, destacou.

O evento contou com a presença do ministro das Cidades, Jader Barbalho, e representantes da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) no Brasil e do Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR) no Brasil.

A representante da UNDRR, Adriana Campelo, destacou que o setor segurador pode ter um papel importante no país para a redução de risco de desastres, atuando com sua expertise junto a governos subnacionais, como cidades e estados. Ela trouxe dados que ilustram o tamanho do problema causado por catástrofes climáticas. Segundo ela, o Relatório de Avaliação Global sobre Redução do Risco de Desastres 2025 da ONU informa que desastres climáticos somam mais de US$ 202 bilhões em prejuízos no mundo, mas que o custo real pode ser 11 vezes maior, cerca de US$ 2,3 trilhões.

Por isso, dentro das recomendações de trabalho da UNDRR, está buscar o conjunto de instrumentos financeiros com o qual se pode trabalhar. Debater junto ao Ministério e municípios um menu de instrumentos de mitigação climática, e nestes se destacam os seguros. Então, assim, pensaremos em seguros para as cidades, seguros paramétricos e demais instrumentos de seguro que podem auxiliar cidades e estados”, ressaltou.

 

Importância do seguro para infraestrutura das cidades

  • No Brasil, 55% da população vive a menos de 150 km da costa, e essas regiões concentram 40% do PIB nacional.
  • As indenizações oriundas de apólices de seguros contratadas podem garantir a retomada das atividades, a recomposição de renda e prevenir rupturas em cadeias produtivas e serviços essenciais. Isso significa que, após a ocorrência de um evento adverso, a reconstrução é feita com base em padrões mais seguros, resilientes e sustentáveis.
  • A função do seguro é especialmente relevante diante do aumento do nível do mar — um risco climático físico e crônico.
  • Sem proteção adequada, esses riscos de longo prazo podem comprometer a economia, a infraestrutura e o bem-estar das pessoas, além de interromper serviços essenciais e fluxos comerciais fundamentais para o país.

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