Qual a visão das lideranças do mercado de seguros sobre as novas leis?

Painel “Diálogo Regulatório: Visão Estratégica do Mercado de Seguros e Oportunidades de Crescimento” colocou em evidência os caminhos que vêm sendo trilhados pelo setor regulatório.

Durante a Conseguro 2025, realizada nesta terça-feira (27) no World Trade Center, em São Paulo (SP), o painel “Diálogo Regulatório: Visão Estratégica do Mercado de Seguros e Oportunidades de Crescimento” colocou em evidência os caminhos que vêm sendo trilhados pelo setor regulatório para garantir um ambiente de negócios mais moderno, dinâmico e sustentável para o seguro no Brasil. 

Participaram do debate Alessandro Octaviani, superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep); Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg); e Vinicius Brandi, subsecretário de reformas microeconômicas e regulação financeira do Ministério da Fazenda.

Dyogo Oliveira destacou a importância de um processo regulatório equilibrado para a proteção patrimonial mutualista, após a aprovação da nova legislação. “A lei é, em nossa visão, bastante equilibrada. Nossa preocupação agora é que a regulamentação siga esse mesmo espírito, atendendo a todos de maneira justa”, afirmou.

Já o superintendente da Susep, Alessandro Octaviani, classificou os últimos dois anos como o período de “maior reforma legal do mercado de seguros dos últimos 60 anos”. Ele detalhou o processo de construção das normas complementares às Leis Complementares nº 213/2025 e nº 15040/2023 — esta última responsável por disciplinar os contratos de seguros. Segundo Octaviani, a estratégia regulatória da autarquia inclui:

  • estudo aprofundado das leis recém-aprovadas;
  • produção de minutas técnicas em diálogo com diversos setores;
  • abertura de consulta pública;
  • coleta e análise das contribuições;
  • e finalização das normas até o fim de 2025.

 

O desafio é regular com precisão uma atividade que cresceu durante anos sob repressão normativa, mas que agora deve ser tratada como o que é: uma atividade regulada, tributada, com deveres de proteção ao consumidor e, no caso da proteção mutualista, exercida exclusivamente por sociedades anônimas”, explicou Octaviani. Ele também reforçou que é necessário ajustar aspectos como reservas, provisões e pagamentos de sinistros no modelo mutualista. “Nosso objetivo é evitar desequilíbrios regulatórios e proteger o consumidor”, completou.

Vinicius Brandi reforçou a visão do governo federal sobre o papel estratégico do setor. “Não há crescimento sustentável no mercado de seguros sem desenvolvimento econômico. E, para isso, é essencial o fortalecimento institucional da Susep”, afirmou o representante do Ministério da Fazenda. 

O painel evidenciou que a construção regulatória em curso busca não apenas organizar juridicamente o setor, mas também projetá-lo para um futuro de maior protagonismo econômico e social, assegurando previsibilidade, concorrência saudável e maior acesso da população às soluções de proteção.

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Julia Senna

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Helena Toniolo