Seguro em transformação: como a longevidade muda o setor

Conversa reuniu Éder Oliveira e Danielle Wilk, da Atuária Brasil, Sérgio Melro Marcos, da Europ Assistance Brasil, e Rosângela Spak, da Tokio Marine.

O primeiro painel da tarde no palco da Trilha Estratégica da Maratona da Inovação em Seguros discutiu o impacto da longevidade no desenho dos produtos, na prestação de assistência e nos custos atuariais. A conversa reuniu Éder Oliveira e Danielle Wilk, da Atuária Brasil, Sérgio Melro Marcos, da Europ Assistance Brasil, e Rosângela Spak, da Tokio Marine.

Éder Oliveira, sócio-fundador da Atuária Brasil, iniciou o debate com uma viagem no tempo, lembrando da época em que os planos de aposentadoria eram chamados de “benefício definido”.

Naquela época, o cidadão comprava um benefício, como dois salários mínimos para se aposentar em 25 ou 30 anos, e pagava uma contribuição. A economia, no entanto, não sustentou esse modelo, marcado por trocas constantes de moedas e instabilidade”, relembrou. Segundo ele, a introdução de planos como PGBL e VGBL nos anos 1990 representou uma evolução importante, mas os desafios continuam.

Ao comentar sobre o papel do atuário, Éder destacou a estratégia dentro das companhias. “Se eu fosse dono de uma seguradora, podem ter certeza que teria um time de atuários comigo. Eles não são apenas técnicos silenciosos cuidando do passivo. São profissionais que conhecem profundamente o negócio e têm grande capacidade de inovar”, afirmou.

Danielle Wilk trouxe para a discussão a visão geracional, reforçando como a percepção de valor sobre o seguro varia entre diferentes públicos. A geração Alfa está chegando, e cada geração enxerga o seguro de forma distinta. Os mais jovens valorizam a transformação digital, seguros on demand, gamificação e benefícios imediatos.

Ao mesmo tempo, o envelhecimento populacional desafia o setor a repensar modelos e soluções. Danielle apresentou projeções que impressionam. “Em 1980, a pirâmide etária era clássica, com base larga de jovens. Em 2015, já vimos uma concentração maior entre 20 e 39 anos. Para 2050, a pirâmide simplesmente se inverte: teremos muito mais pessoas acima dos 50 anos e menos abaixo dos 40”, destacou.

Essa realidade traz implicações diretas no custo atuarial, na precificação de produtos e no atendimento às novas necessidades de uma população que vive cada vez mais — e com qualidade. “As pessoas acima de 60 anos hoje são ativas, cuidam da saúde e demandam soluções personalizadas. Não é apenas envelhecer mais, é envelhecer melhor”, completou Danielle.

O painel destacou que a longevidade representa uma chance de inovação no setor de seguros, demandando um equilíbrio entre tecnologia, humanidade e visão estratégica para atender às individualidades.

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Igor Bandera

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Fernanda Torres

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