O segundo painel da 5ª Maratona da Inovação em Seguros, que ocorreu no Teatro da Unisinos em Porto Alegre, abordou o tema “Protagonismo nos Negócios: Como ampliar as chances de sucesso num mundo em transição”. A condução foi de Walter Longo, estrategista e especialista em inovação, com patrocínio da Sabemi.

Segundo Longo, estamos diante de uma sociedade profundamente marcada pela individualização e pelo imediatismo. “A gestão de dados vai liderar as relações daqui pra frente. Por quê? Porque a internet e o mundo digital mimaram e individualizaram a sociedade. Nunca nós assistimos a uma sociedade tão mimada e individualizada”, destacou.

Para exemplificar essa mudança, o palestrante usou exemplos do dia a dia. Anteriormente, todos assistiam ao mesmo filme no horário estipulado pela emissora de TV; atualmente, cada indivíduo decide o que e quando ver, entre milhões de opções. O mesmo ocorre com hábitos como tomar café, compartilhar refeições em família ou assistir televisão em grupo.

Essa fragmentação de comportamentos reforça a centralidade do Big Data como motor dos negócios modernos. “Se antes Big Data era coisa apenas para empresas muito grandes, hoje qualquer empresa pode assinar um serviço e ter acesso a informações de toda a população brasileira para atuar na sua estratégia. Pessoas não são. Pessoas estão. E esse é um conceito fundamental se quisermos continuar protagonistas”, afirmou.

De acordo com ele, mais importante do que dados demográficos básicos — idade, renda ou profissão — é compreender as relações causais que determinam o comportamento humano. “É possível cruzar informações de perfil digital, consumo de mídia, sensibilidade a preço, interesses e estilo de vida. Isso dá poder para compreender como e por que uma pessoa pode mudar sua forma de consumir ou se relacionar”, reforçou.

Walter também chamou atenção para o impacto da aceleração do tempo na vida contemporânea. Para ele, a velocidade com que mudanças ocorrem provoca uma sobreposição de sintomas que afetam toda a sociedade. “Dizem que depressão é quando você dá excessiva importância ao passado; que stress é quando você foca demais no presente; e que ansiedade é quando você tem foco excessivo no futuro. Hoje estamos com depressão, stress e ansiedade ao mesmo tempo”.

A consequência, segundo ele, é um comportamento fugaz, em que compromissos de longo prazo se tornam cada vez mais raros. “A vida aperta o botão e começa outra. Entre o bico da cegonha e o bico do corvo, a sensação das pessoas é que tudo está cada vez mais rápido. E claro que vender algo de longo prazo nesse contexto é um desafio enorme”, concluiu.