Painel discute impacto estratégico da IA e o futuro do seguro no Brasil no CQCS Inovação 2025

Marco Antônio Gonçalves (Fórum Mário Petrelli), Sany Silveira (CNP Seguradora) e Roberto Teixeira (XP) destacam que Inteligência Artificial será decisiva para ampliar proteção, eficiência e acesso ao seguro.

O CQCS Inovação 2025, realizado em São Paulo nos dias 11 e 12 de novembro, recebeu o painel “Qual o impacto da IA no seguro e uma visão de futuro”, reunindo três líderes que atuam diretamente na agenda de modernização do setor: Marco Antônio Gonçalves, presidente do Fórum Mário Petrelli; Sany Silveira, CEO da CNP Seguradora; e Roberto Teixeira, líder de seguros da XP.

O debate avançou sobre aplicações reais da Inteligência Artificial, seus impactos estruturais nos modelos de negócio e o papel da tecnologia na democratização do acesso ao seguro no Brasil.

 

Marco Antônio Gonçalves: IA como aceleradora da proteção social

Marco Antônio iniciou sua fala destacando que o Brasil vive um desafio estrutural de proteção — e que a Inteligência Artificial pode ser o maior acelerador para transformar esse cenário. Ele citou a tragédia climática no Rio Grande do Sul e o baixo índice de cobertura residencial no país: apenas 4% das casas eram seguradas.

Para ele, o uso da IA em automação, subscrição, prevenção, parametrização de riscos e distribuição terá efeito direto na ampliação de acesso e na eficiência do mercado: “A IA já não está em piloto — está em produção. O desafio agora é acelerar seu uso para democratizar o seguro e gerar estabilidade, simplicidade e personalização.

Marco Antônio também destacou que a tecnologia não substitui o corretor, mas o potencializa:
O corretor será ainda mais consultivo. IA é ferramenta para amplificar capacidade, não para substituir pessoas.

O executivo reforçou que o setor vive um momento raro de oportunidade: mudanças regulatórias, maior conscientização social, avanço tecnológico e expansão dos canais de distribuição convergem para um salto de inclusão securitária no país.

 

Sany Silveira: inovação sustentável e impacto de longo prazo

A CEO da CNP Seguradora levou uma abordagem de gestão estratégica, ressaltando que inovação não pode ser apenas criativa — precisa gerar valor concreto para negócios, clientes e sociedade.

Sany afirmou que IA deve ser vista em três pilares:

1 – Acesso ao seguro

Tecnologia como veículo para ampliar capilaridade, reduzir fricção e atingir públicos ainda não atendidos.

 

2 – Eficiência operacional

Automatização, processamento inteligente, otimização de jornadas e redução de custos estruturais.

 

3 – Modelos de negócio orientados ao cliente

Produtos mais adaptados, jornadas guiadas por dados e experiências mais intuitivas.

 

Ela apresentou o conceito de inovação sustentável, que vai além do ganho imediato:

O impacto mais valioso da IA é o aprendizado contínuo. Sistemas limpos, dados qualificados e processos evolutivos criam valor duradouro.

Sany também alertou para a necessidade de governança, segurança, qualificação de pessoas e uso responsável da tecnologia, destacando que a confiança do cliente depende desses pilares.

 

Roberto Teixeira: eficiência, escala e democratização

Representando a XP, Roberto destacou a mudança acelerada no mercado financeiro e como isso influencia o seguro. Segundo ele, o setor vivencia uma transição de modelo com foco em:

– Automação profunda

Softwares que executam em minutos tarefas que antes levavam horas.

O que antes durava seis horas hoje leva 20 minutos. IA é eficiência na veia.

 

– Contratação e operações mais fluídas

Redução de barreiras, simplificação de etapas, autenticações inteligentes e produtos ajustados a perfis específicos.

 

– Personalização e predição

IA para analisar emoções em chamadas, identificar padrões, prever dores de clientes e antecipar soluções.

 

– Escalabilidade e democratização

Para Roberto, IA é “ponte entre eficiência operacional e experiência humana”, permitindo que produtos sejam entregues em maior volume, com menos atrito e de forma mais acessível.

O executivo também ressaltou a importância do conceito de modelo híbrido, citando que o cliente tanto pode ser atendido via canais digitais quanto via consultores — e que a IA será crucial para tornar ambos mais eficazes.

 

IA como motor de transformação e inclusão

O painel reforçou que a Inteligência Artificial já é um divisor de águas no setor de seguros — com impacto direto na regulação de sinistros, prevenção, subscrição, atendimento, distribuição e novos modelos de negócio.

A mensagem comum dos três líderes: IA é ferramenta. O valor nasce quando tecnologia e pessoas atuam juntas — ampliando cobertura, simplificando processos e fortalecendo o papel humano que sustenta a confiança no seguro.

Crédito foto:

Filipe Tedesco

Crédito texto:

Julia Senna

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