Senado debate novo modelo para o Seguro Rural com foco em acessibilidade

André Lins, Especialista do Setor, discute a modernização
André Lins

As mudanças climáticas estão impactando a produção agropecuária brasileira, provocando quebras expressivas de safra e elevando o número de indenizações do seguro rural. Como consequência, a oferta de coberturas disponíveis tem diminuído, deixando produtores em situações vulneráveis diante de riscos climáticos frequentes.

De autoria da senadora Tereza Cristina (PL-MS), o Projeto de Lei nº 2951/2024, que visa modernizar o modelo atual do seguro rural no Brasil, foi tema central de um workshop, em Cuiabá (MT). O evento, promovido na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), reuniu especialistas, seguradoras, autoridades e produtores rurais para discutir alternativas que tornem mais acessível, eficiente e alinhado às necessidades regionais do país.

Perspectiva sobre a proteção agrícola

Relator do projeto, o senador Jayme Campos (União-MT) destacou durante o evento a urgência de aprimorar o seguro rural como uma ferramenta essencial para proteger o agronegócio brasileiro. “Atualmente, o seguro rural no Brasil é considerado limitado e caro. Hoje, apenas 21% da área plantada é cobertura pelo seguro do Governo Federal. Nos Estados Unidos, esse percentual chega a 80%”, conforme quadro avaliado pelo senador Jayme Campos (União-MT)”, afirmou.

Entre as principais mudanças previstas na proposta estão a inclusão dos recursos da proteção nas Operações Oficiais de Crédito (2OC), a criação de um fundo privado para cobertura de riscos extraordinários e a personalização das apólices para atender diferentes perfis de produtores e as particularidades regionais e climáticas do Brasil.

O papel da tecnologia 

André Lins, vice-presidente de Agronegócios da Alper Consultoria em Seguros, defende a modernização  por meio de políticas públicas mais eficazes e da adoção de tecnologias. “Ferramentas como monitoramento por satélite, inteligência artificial e análise de dados climáticos são fundamentais para melhorar a avaliação de riscos, a precificação e a eficiência das apólices. Na Alper, investimos continuamente em soluções proprietárias que permitem entregar produtos customizados e diferenciados ao mercado, atendendo às necessidades específicas dos produtores”.

O executivo também destacou que o projeto incentiva práticas internacionais de excelência no setor, alinhando o Brasil a mercados que já integram tecnologia de ponta em suas estratégias de seguro rural. “A proposta de modernização deve vir acompanhada de uma governança robusta e de um acompanhamento contínuo para assegurar que os recursos sejam utilizados de forma eficiente e que atendam às reais necessidades do produtor rural”, completou.

Solução para diferentes realidades

Segundo o especialista, o projeto reconhece a diversidade climática e produtiva do Brasil e propõe adaptação a culturas específicas e modalidades de produção, como a agricultura familiar e grandes lavouras. Além disso, incentiva uma governança sólida para que os recursos públicos destinados ao seguro rural sejam utilizados de forma eficiente, ampliando o alcance e reduzindo o impacto financeiro para os produtores.

“É um avanço importante para o setor, pois busca tornar o seguro rural mais acessível, eficiente e adaptado às necessidades do agronegócio. Ele reflete a urgência de alinhar as políticas públicas às demandas de um setor estratégico para a economia brasileira, especialmente diante dos desafios climáticos e econômicos enfrentados pelos produtores”, destacou André Lins.

Crédito foto:

Divulgação

Crédito texto:

Fernanda Torres

Publicado por:

Picture of Bruna Nogueira

Bruna Nogueira