Desde que iniciou seu segundo mandato na presidência, Donald Trump já demonstrava intenção de começar uma nova disputa comercial. A ação afeta tanto aliados — como Canadá, México e Brasil — quanto rivais importantes, a exemplo da China. A medida entrou em vigor em 2 de abril, data batizada por Trump como “Dia da Libertação”. De acordo com o presidente norte-americano, trata-se de “um dia histórico para a América” e servirá para “tornar o país rico novamente”.
Embora o foco das tarifas seja o mercado estadunidense, os reflexos podem ser sentidos globalmente. No caso brasileiro, o impacto indireto pode atingir setores, como o automotivo e, por consequência, o mercado de seguros. Para Marcelo Biasoli, Country Manager da 123Seguro no Brasil, trata-se de um movimento que traz instabilidade a uma cadeia altamente interconectada.
“Vejo essa tarifa como um fator que traz instabilidade ao setor automotivo global. Embora a medida tenha como foco o mercado norte-americano, o Brasil pode ser indiretamente afetado, especialmente nas cadeias de fornecimento globais e nos preços dos veículos importados que compartilham rotas ou fornecedores em comum. A indústria automotiva é altamente interconectada — alterações tarifárias podem impactar custos logísticos, disponibilidade de peças e estratégias de precificação no Brasil. Além disso, o Brasil exportou US$ 1,52 bilhão em aço e alumínio para os EUA até março deste ano, o que representa 47% das exportações totais desses produtos, e 70% do volume físico. Com a implementação de tarifas de até 25% por parte do governo norte-americano, esses insumos ficam mais caros e menos competitivos, o que pode pressionar a indústria nacional e, em especial, o setor automotivo”, afirma Biasoli.
Na prática, a elevação de custos tende a impactar os preços dos veículos importados no Brasil, ainda que de forma indireta. Tarifas elevadas nos EUA podem levar montadoras e fornecedores globais a redirecionar estoques, ajustarem rotas logísticas ou concentrarem esforços em mercados mais rentáveis, o que reduz a disponibilidade de veículos para países como o Brasil.
Com esse cenário, a precificação dos seguros também passa por ajustes. Biasoli explica que “o seguro acompanha o valor do bem segurado e o risco associado à sua reparação. Quando o preço de um veículo é importado sob, seu valor de reposição também tende a aumentar, o que pode impactar, ao longo do tempo, o valor do prêmio do seguro. Ou seja, não se trata de um repasse imediato, mas sim de uma tendência que acompanha as movimentações do mercado. Além disso, fatores como a sinistralidade do veículo, o perfil do cliente, a escassez de peças, a alta do dólar e o tempo de reparo mais longo também influenciam no valor do seguro.”
Questionado se as seguradoras já estão adotando novas estratégias de precificação, o executivo observa que “os aumentos são pontuais e específicos por modelo de veículo. A tendência é de um movimento gradual de ajustes por parte de algumas seguradoras, especialmente em categorias de veículos mais sensíveis à oscilação cambial ou com maior dependência de peças importadas”. Diante desta conjuntura, plataformas digitais tornam-se cruciais, uma vez que possibilitam ao cliente analisar diferentes apólices e descobrir alternativas adequadas às suas necessidades, mesmo em um contexto financeiramente complexo e oneroso.
Outro ponto levantado pelo especialista é a repercussão prática desse cenário na vida dos segurados, especialmente em caso de sinistro. “O aumento no tempo de espera para a reposição de peças tem um impacto direto na experiência do segurado. Em casos de sinistro, isso pode significar que o veículo ficará prolongadamente na oficina, o que afeta a mobilidade do cliente. Além de encarecer a operação para a seguradora, essa situação também compromete a satisfação do segurado, que espera agilidade na solução de problemas. Reforçamos a importância da transparência e comunicação entre seguradora e cliente nesses momentos, para mitigar frustrações e buscar soluções alternativas quando possível.”
Por fim, Biasoli ressalta que esse cenário exige planejamento e visão estratégica por parte das seguradoras e montadoras. Mudanças tarifárias evidenciam a vulnerabilidade das cadeias internacionais e reforçam a necessidade de diversificação de fornecedores e rotas logísticas. No mercado brasileiro, representa uma oportunidade de fortalecer a produção local, incentivar acordos bilaterais e investir em inovação na cadeia de suprimentos.
Ele chama atenção pelo papel da informação no processo de decisão do consumidor. “É fundamental que haja acesso à informação clara sobre como essas mudanças influenciam o custo total de propriedade de um veículo — incluindo o seguro, manutenção e disponibilidade de peças —, permitindo escolhas mais conscientes e planejadas. Plataformas digitais e marketplaces de seguros têm ganhado protagonismo ao ampliar o acesso e a competitividade, especialmente em um país onde cerca de 70% da frota ainda circula sem qualquer tipo de cobertura.”
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